SENCIÊNCIA

 Nesta seção entenda como a senciência se tornou o principal quesito para incluir os animais ao círculo moral daqueles que merecem ter a integridade física respeitada. A senciência foi estabelecida como o novo critério para definir o limite de abrangência da comunidade moral.


- Escrito por Daniel Campos

Por sencientes entende-se todos os seres que possuem em seu sistema fisiológico, nervos e órgãos que os tornam capazes de sentir dor ou prazer e que são capazes de ter consciência de si.

Seres sencientes


          A ideia de senciência refere-se à capacidade de experimentar sensações e emoções, como dor, prazer, medo,  felicidade, dentre outras sensações possíveis em seres com um sistema nervoso central organizado.

          A senciência é frequentemente considerada um critério relevante para determinar se um ser merece consideração moral. Um ser senciente possui a capacidade tanto de sofrer como de se beneficiar de nossas ações.  Nessa relação os animais humanos assumem o papel de agente moral, enquanto os animais não-humanos são considerados pacientes morais da ação humana.

Senciência como critério moral


A senciência é um ponto crucial para a inclusão de seres na comunidade moral. Diferentemente de outros critérios, como a racionalidade ou a capacidade de usar a linguagem, a senciência é algo compartilhado por um número muito maior de animais, não apenas os animais da espécie humana. Se aceitamos que a capacidade de sofrer ou sentir prazer é moralmente relevante, então temos razões para estender nossa consideração moral a todos os seres sencientes, independentemente de sua espécie.



Limite da Comunidade Moral


          A delimitação da comunidade moral é um tema complexo e bastante controverso. Tradicionalmente, a comunidade moral era restrita aos seres humanos. Para definir quais indivíduos mereciam pertencer ao círculo moral foram estabelecidos critérios de igualdade como a racionalidade, autonomia ou pertencimento deste indivíduo a uma determinada cultura ou grupo social.

          No entanto, à medida que o debate ético avançou, especialmente no campo da ética animal, o critério da senciência começou a desafiar essas fronteiras, propondo uma inclusão mais ampla que leva em consideração a capacidade de sentir e experienciar emoções.

A inclusão dos animais 


           Incluir os animais não-humanos sencientes à comunidade moral exige uma revisão do modo em que tratamos estes animais, bem como os deveres e responsabilidades. Se aceitamos que os animais são sencientes, então devemos reconhecer que eles têm interesses próprios que precisam ser levados em consideração, como o interesse em evitar a dor e em viver dignamente de acordo com suas necessidades naturais.

          Expandir o limite da comunidade moral até os sencientes levanta questões sobre a legitimidade de diversas práticas humanas como a exploração animal para alimentação, entretenimento, caça esportiva, pesquisa científica e também as práticas de destruição e poluição de habitats que afetam a vida milhões de espécies sencientes. 

O critério da senciência propõe uma reflexão mais profunda sobre nossas responsabilidades morais em relação a todos os seres que podem sofrer e experimentar sensações de bem-estar.

Expandindo o limite da Comunidade Moral.


Quem são os sensientes?

Quem são exatamente os seres sencientes? Qual o grau de sensações e consciência que um ser precisa ter para ser considerado senciente?

Um dos principais desafios ao ampliar a comunidade moral é definir onde traçar essa linha limítrofe. Nem todos os animais possuem o mesmo nível de senciência ou capacidade cognitiva, o que sugere debates sobre até que ponto devemos estender a nossa consideração moral.

Enquanto mamíferos e aves demonstram claramente respostas a estímulos dolorosos e sinais de consciência de si, a senciência em seres invertebrados, como insetos, ostras, ou mesmo em formas de vida mais simples, como os peixes, é mais difícil de mensurar. Essas características diferenças complicam o processo de definir uma fronteira clara para a comunidade moral. No entanto, alguns autores sugerem que estes animais q estão às margens da senciência merecem o benefício da dúvida, ou seja, se temos dúvida se um ser é ou não senciente, então ele deve entrar na comunidade moral e merece ter sua integridade física respeitada.

Dentro desse contexto também é importante reconhecer que a expansão da comunidade moral pode gerar conflitos com interesses humanos, criando dilemas sobre como equilibrar esses interesses em relação aos interesses dos animais não-humanos.



Conflito com Interesses Humanos 

A ética estabelecida pela moral tradicional serve para limitar somente as ações dos humanos quando elas interferem nos interesses de outros da mesma espécie. É justamente neste ponto que se encontra o limite ético que se deseja ultrapassar: quando se considera injusto que seres humanos, para suprir os próprios interesses, inflijam desnecessário sofrimento e dano aos animais.

A expansão da comunidade moral levanta dilemas práticos e éticos, pois frequentemente entra em conflito com interesses humanos. A exploração de animais para alimentação, pesquisa científica, vestuário e entretenimento é profundamente enraizada em muitas culturas e economias. Ao incluir mais seres na comunidade moral, as novas obrigações entram em conflito com os interesses humanos em explorar os animais.



Expandindo os Limites da comunidade moral

Ampliando os limites da Comunidade Moral

A ética estabelecida pela moral tradicional serve para limitar somente as ações dos humanos quando elas interferem nos interesses de outros da mesma espécie. É justamente neste ponto que se encontra o limite ético que se deseja ultrapassar: quando se considera injusto que seres humanos, para suprir os próprios interesses, inflijam desnecessário sofrimento e dano aos animais.

 

O novo limite de acordo com a senciência

O conceito de senciência desafia os limites tradicionais da comunidade moral, propondo uma visão inclusiva que reconheça os direitos e interesses de seres não-humanos. No entanto, essa expansão não está isenta de desafios e controvérsias que exigem uma reflexão mais profunda sobre como lidamos com nossas responsabilidades morais diante de todos os seres sencientes.

Somente expondo conceitos mais profundo podemos promover uma ética mais justa e compassiva, alinhada com a visão de que todos os seres capazes de sofrer ou experienciar o bem-estar merecem consideração moral.

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